AGELANTHUS
CATARINA BRAGA & ELIANA NZUALO
Agelanthus
é um género de plantas pertencente à família Loranthaceae, nativas da ecozona afrotropical. São plantas hemiparasitas, que se alimentam de outras plantas, usualmente árvores de grande porte, para se desenvolverem.
Existe cerca de um total de 279 espécies diferentes do género agelanthus, sendo que, das 60 espécies aceites, 16 são nativas do território moçambicano.
Quase todas as espécies de agelanthus que se encontram registadas oficialmente em herbários como o Royal Botanic Gardens, Kew, ou em bases de dados de plantas como a Global Plants, foram estudadas e descritas por Roger M. Polhill e Delbert Wiens. O registo das diferentes espécies de agelanthus e as suas novas descrições foram catalogadas no livro “Mistletoes of Africa” publicado em 2000.
À frente do nome atribuído a cada espécie da agelanthus aparece o nome do botânico que originalmente a encontrou, entre parêntesis, como (Sprague), (Danser) ou (Wiens), seguido dos nomes: Polhill & Wiens. Esta nomenclatura credita a ideia da sua “descoberta” com a apropriação das plantas em si mesmas, e a designação de uma identidade oficial criada pela linguagem científica.
ANGIOSPERM
Quero fazer de ti uma casa
onde possamos plantar flores.
Deixar crescer uma árvore,
Beber a água da chuva,
Colher o que nos alimenta.
Uma casa com janelas para o Sul,
De portas abertas para as estrelas,
Onde os sonhos tenham espaço
Para existir de dia.
Traz os teus livros,
os teus sorrisos.
As tuas raivas.
Vamos construir um abrigo
Para os nossos poemas.
Fazer orgias
Com os nossos dilemas
Seremos um novo ecossistema.
Faz de mim uma casa,
E planta em mim flores.
Uma vez vi um coqueiro
no Cais do Sodré.
Ou uma palmeira,
não sei.
Vi um corpo estranho na cidade.
Como eu.
Um corpo estranho na cidade.
Simplesmente ali.
Totalmente só.
Com as raízes bem enterradas
e as folhas grandes e altas.
Um corpo estranho na cidade?
Pergunto-me se terá deixado
sementes
para contar a História.
Amanhã,
talvez.
Um recado para
esperançar a Primavera
quando a nossa voz se calar
e não mais houver
vida após o Inverno.
Outro dia esqueci-me
do passaporte em casa
e pus-me a pensar
Se eu cair aqui, agora,
alguém saberá dizer quem eu sou?
Ausência
As plantas
Morreram
Quando me fui.
Eu disse que voltava já.
Agelanthus
Não tem casa fixa.
Não tem nome.
Não tem significado.
Anjo.
Agir.
Ajudar.
Agitar
Agelanthus,
Existe?
Não tem casa fixa.
Não tem nome.
Não tem significado.
Anjo.
Agir.
Ajudar.
Agitar
Agelanthus,
Existe?
agelanthus transvaalensis
agelanthus subulatus
agelanthus natalitius
agelanthus deltae
agelanthus sambesiacus
agelanthus sansibarensis
agelanthus lancifolius
agelanthus gracilis
agelanthus igneus
agelanthus zizyphifolius
agelanthus patelli
agelanthus longipes
agelanthus lugardii
Imaginemos uma planta que poderá falar connosco sobre aas suas raízes aéreas, da sua cultura e forma de crescimento.
Imaginemos que ela nos consegue transmitir o seu conhecimento sobre adaptação, apropriação e sobrevivência.
Poderemos nós, seres humanos, imaginar novas formas de pensar com as diferentes espécies da agelanthus?
Poderemos nós, num futuro próximo, fundirmo-nos com elas?